sexta-feira, setembro 28, 2007




Encontro Saber e Sentir a Terceira Idade

Sindicato dos Trabalhadores da Sáude, Segurança e Solidariedade Social

Dia 13 de Outubro - Biblioteca Almeida Garret

quinta-feira, julho 19, 2007

Comunicação apresentada na E.S. Bragança



A educabilidade como princípio de inclusão social

Resumo

A minha apresentação será focada, numa forma sintetizada, em diversos conceitos nomeadamente, educação social. Cidadania, desenvolvimento humano, exclusão social e a educabilidade como princípio de inclusão social, palco de intervenção da Associação CAIS. O intuito desta mensagem será unicamente a de promover a importância da educação social enquanto prática social e humana nas políticas sociais ligadas ao combate da exclusão.

Começava então por citar uma frase de António Cardoso Ferreira que não poderia deixar de citar para reflexão colectiva.

«Exclusão social, desenvolvimento, educação e cidadania escrevem-se de maneira diferente consoante a vida das pessoas e comunidades que têm por dentro.»

António Cardoso Ferreira

Médico de Saúde Pública
Presidente da Direcção do Grupo Aprender em Festa – Gouveia

Seguindo este pensamento e de acordo com Artigo nº 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos,

(…) Toda a pessoa tem direito à educação e a educação deverá visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos (…) Nações Unidas 1948.

A educação deve visar todo um conjunto de actividades, emanadas das diferentes estruturas sociais, de forma a desenvolver o capital social, humano, cultural e financeiro, necessário e indispensável para que as comunidades e as suas pessoas atinjam níveis mínimos de coesão e desenvolvimento.

É necessário promover novas formas de encontro, apostando numa politica de diversidade e igualdade, respeito pelo próximo e pela sua identidade do outro, enquanto pessoa, apostando na educabilidade e usando-a como ferramenta de minimização de factores de exclusão e como principio da inclusão para todos. As opções de ser e estar, enquanto tal, devem ser valorizadas e reconhecidas numa nova política social, pois isso facilitará muito a interacção e inserção de grupos minoritários em sociedades dominantes, diminuindo assim processos de ostracismo, isolamento ou mesmo de exclusão e auto – exclusão.

As políticas sociais, educacionais, encontram-se em crise, por essa razão é necessário criar respostas ajustadas aos cidadãos, que vivem em situações de extrema exclusão e que dela pretendam sair.

Educar para uma intersecção relacional e pedagógica significa intervir, intervir com uma finalidade, um objectivo concreto e bem delineado, com intenção de provocar algum efeito, mas não caindo no erro de confundir a educação com a pedagogia social, pois enquanto que a primeira se multiplica na sua diversidade de conceitos, esta última assenta na valorização de uma multiplicidade de espaços educativos de intervenção comunitária e na edificação de um mundo mais humano e solidário.

O reconhecimento da centralidade do ser humano nos processos de desenvolvimento das pessoas e das comunidades, trouxe a pedagogia para o coração das práticas da inclusão social, muitas vezes valorizada como mais uma estratégia, ou instrumento, ao serviço do maior envolvimento e integração dos cidadãos. Ora, na Educação Social, a pedagogia representa muito mais do que um meio precioso na obtenção de determinados fins, ela funciona como um saber matricial, como o universo antropológico, epistemológico e axiológico de referência de toda a sua prática profissional, enquanto promotores da educabilidade em tecidos excluídos.

A educação é um meio para chegar a um fim e só faz sentido se acreditarmos na educabilidade do ser humano, na evolução do “outro”, enquanto mentor do seu próprio crescimento pessoal e social. Por essa razão devemos olhá-la como uma arte, como uma política e/ou prática de relação, marcada pela intencionalidade, pelo desígnio da mudança, de formar para o desenvolvimento humano e para os valores como proximidade, hospitalidade, bondade, para os direitos humanos e para uma partilha de igual, para igual com o “outro” e para o “outro”. Podemos mesmo dizer que educar é questionar e em concordância com Paulo Freire, é (des)ocultar as verdades para sermos protagonistas do nosso próprio futuro.

Parafraseando, Delors (1996) “Um dos principais papéis reservados à Educação consiste, antes de mais, em dotar a humanidade da capacidade de dominar o seu próprio desenvolvimento”.

É neste sentido que surge a educação social, como desenvolvimento completo de cada pessoa e como “membro estratégico” de uma sociedade regida pela cooperação e solidariedade, mas também pela desigualdade e marginalização social, onde a educação se torna um imperativo inseparável do progresso social e humano.

Enquanto Educadores de âmbito Social, devemos reflectirmos sobre a necessidade de se continuar a aprofundar as origens e proveniências do fenómeno da exclusão, da exclusão social e da condição de pessoa sem-abrigo), mais do propriamente que entender as causas que originam a exclusão.

Um efeito particular da globalização consiste na emergência e agravamento de situações de risco social, ligadas a várias rupturas e desequilíbrios sociais. Com a mundialização da economia, deu-se um aumento da pobreza, das desigualdades sociais, da marginalização e da exclusão nas suas diversas formas. Podemos acrescentar que a exclusão pode-se mesmo localizar em função do desnível entre classes sociais e as carências socioeconómicas e culturais. Não queremos com isto dizer que a desigualdades sociais e os fenómenos ligados à pobreza só agora tenham surgido, mas sabemos que se têm vindo a agravar.

As opiniões e os conceitos sobre exclusão são diversificados e variam de acordo com as tendências políticas sociais e com as mutações que as sociedades, como a nossa, vão sofrendo.

A questão da exclusão e da marginalização deve ser sempre analisada de acordo com os seus diferentes níveis e correctamente inserida nos seus contextos sociais e históricos.

A exclusão social é um fenómeno que provoca desigualdades no que se refere ao acesso do mercado de trabalho, a uma pensão de reforma que permita a subsistência de quem a aufere, a um rendimento suficiente para cobrir todas as despesas essenciais, a uma habitação condigna e com o mínimo considerável de condições.

As “exclusões"sejam elas de que grau for, não deixam de ser problema social ou uma realidade que carece de acções e políticas de integração social. O termo de exclusão, no sentido que é divulgado pela sociologia, é recente, apesar de este subsistir com um sentido mais restrito em outras sociedades de outros tempos.

Como sabem a exclusão social é uma «fase extrema do processo de marginalização, sendo este um percurso descendente, no qual se vão verificando sucessivas rupturas na relação do indivíduo com a sociedade, como por exemplo, ruptura com o mercado de trabalho, a qual se traduz em desemprego, sobretudo de longa duração, ou mesmo num desligamento irreversível face a esse mercado. A fase extrema (exclusão social) é qualificada não só pela ruptura com o mercado de trabalho, mas também, maior parte das vezes e directamente ligada pelas rupturas familiares, afectivas e de amizade.

Para se intervir sobre um conjunto de problemas que têm na sua base múltiplas causas, temos de reunir um conjunto diverso de instrumentos intervenção, onde não podemos, nem devemos excluir noções como a cidadania, participação, solidariedade, compromisso social, redes e actores sociais, onde a Educação Social, pode ser um factor de coesão, se procurar ter em conta a diversidade dos indivíduos e dos grupos humanos, evitando tornar-se um factor de exclusão social.

A equação do «problema social» não pode, por isso, continuar a ser pensada apenas por referência à fractura que, alegadamente, separa uma maioria de incluídos de uma minoria de excluídos. São múltiplos os pontos de ruptura social, como são múltiplas as razões que os explicam.

A intervenção assente em politicas sociais e educativas permite a definição de diferentes níveis de intervenção social, laboral, familiar ou comunitária, aos diferentes públicos a que se dirige. Todas as intervenções que visem a criação de ambientes propícios ao desenvolvimento saudável das pessoas, podem enquadrar-se na chamada educação social, “para e com”, onde os educandos são também eles educadores. Ela pretende compor mentalidades, treinar as atitudes e os comportamentos, desenvolvendo competências de sociabilidade e de integração.

A exclusão não se relaciona com facto de ter ou não acesso aos sistemas e nem toda a forma de exclusão revela falta de acesso a sistemas sociais básicos, na medida em que, uma pessoa pode ser excluída de alguns sistemas sociais e não o ser em relação a outros.

Devemos sim, defender antes que é através da criação de diversas actividades e estratégias de intervenção sócio-educativa, que os Técnicos Superiores de Educação Social podem junto de pessoas e/ou grupos sociais afectados por situações de exclusão social ou outras privações sócio – económicas e culturais, educar para uma vida dialógica, fomentando a autonomia e cidadania das pessoas.

De certa forma, podemos dizer que à Educação Social no plano da inclusão social, cabe, acima de tudo, ajudar a cumprir essa responsabilidade social, ocupando assim um lugar de “encontro” entre a intervenção educativa, a intervenção social e cultural.

Ao contrário dos técnicos do serviço social, o educador social não intervém apenas numa base de «empowerment», para a Educação Social, a pedagogia funciona, mais do que uma simples estratégia de intervenção, ela corresponde ao próprio saber matricial dos educadores, chamados a desenvolver uma prática relacional subordinada ao princípio da educabilidade de todos os seres humanos. O educador social surge-nos assim como um actor e mediador social, um profissional da condição humana preparado para apoiar pessoas, ou grupos, com dificuldades (sociais, culturais, educativas) na concretização das suas ambições, desejos e realizações pessoais, através da pedagogia social.

Enquanto técnico de relação, desenvolve o seu papel profissional sempre a partir e com uma intenção pedagógica, de respeito pelo “Outro”, pela sua personalidade e vontade, tentando desenvolver com ele uma atitude reflexiva da sua condição humana e do seu próprio desenvolvimento.


Consideremos, como exemplo, o papel do Técnico Superior de Educação Social nas escolas, como promoção da inclusão: Problemas como o absentismo, o insucesso escolar, a violência, a mediação entre a família e a escola, são questões que requerem uma intervenção sócio – educativa especializada, baseada na escuta, no diálogo e no aconselhamento, que permite aos alunos e respectivas famílias, superar e aprender a gerir dificuldades, ansiedades, instabilidades, tomadas de decisão e/ou frustrações, sentidas no quotidiano escolar e fora dele, ajudando-os. Os Educadores Sociais funcionam aqui também como mediadores na promoção da relação entre escola, família e comunidade, podendo ainda desenvolver planos de formação, dirigidos a toda a comunidade educativa, no âmbito da prevenção primária de comportamentos de risco, da educação para a saúde, cidadania, educação sexual, cuidados básicos de higiene, entre outros.

A “reabilitação”, seja ela social, afectiva e profissional das pessoas deve ser uma aposta educativa, onde o gosto pela vida e pelo poder criativo de cada um se pode melhorar o quotidiano e criar pessoas mais responsáveis e participativos, diminuindo assim as desigualdades e processos de exclusão e esse é o papel da Educação Social.

Segundo Isabel Baptista (1998:51) «(…) cabe à Educação introduzir o individuo no universo dos costumes, ajudando-o a fazer a aprendizagem das regras que devem orientar a sua acção no mundo.»

De acordo com Adalberto Dias de Carvalho, «Se a educação se reporta tradicionalmente às situações correntes de ensino-aprendizagem e de transmissão de valores culturais e éticos, seja em contexto escolar, seja no âmbito da família ou de instituições religiosas, já a pedagogia social tende a aparecer ligada a espaços sociais de contornos educativamente indefinidos que, talvez por isso, escapam às malhas mais estreitas dos projectos educativos intencionalmente estruturados» (2003:6). Podemos acrescentar que a pedagogia social se encontra virada para uma mudança positiva, através de uma intervenção sócio-educativa.

Nas palavras de Manuel Ferreira Patrício (1992:5), «o saber humano não é uniforme, isto é, não tem apenas uma forma. Não é apenas lógico, é também mitológico, axiológico, técnico, tecnológico e institivo.

A educação é um meio para chegar a um fim e esse fim é a inclusão plena e só faz sentido se acreditarmos na educabilidade do ser humano, na evolução do “outro”, enquanto mentor do seu próprio crescimento pessoal e social.

Por essa razão devemos olhá-la como uma arte, como uma política e/ou prática de relação, marcada pela intenção, pelo propósito da mudança, de formar para o desenvolvimento humano, para os valores como proximidade, hospitalidade, bondade, para os direitos humanos e para uma partilha de igual, para igual com o “outro” e para o “outro”. Podemos mesmo dizer que educar é questionar as verdades para sermos protagonistas do nosso próprio futuro.

Não podemos esquecer que a educação e a formação são processos, que tem por detrás a noção do histórico e do social. Mais do que factores aleatórios, o que influencia a educação é a capacidade ou ausência dela, de poder influenciar atitudes e comportamentos para os mudar, em função de padrões e modelos válidos num determinado contexto ou rede.

PARA REFLECTIR

Numa Sociedade que se diz Pluralista e Democrática, mas que convive diariamente com a violação dos Direitos Humanos, com a exclusão de pessoas e grupos a quem lhes é suprimida a oportunidade de ser mais e melhor, é imprescindível a intervenção da Educação Social, como principio de uma inclusão absoluta de todos.

Deixo-vos uma certeza, enquanto Educadores e técnicos sociais temos de promover novas formas de encontro, apostando numa politica de diversidade e igualdade, respeito pelo próximo e pela sua identidade enquanto pessoa, onde a educação as é a ferramenta de minimização de factores de exclusão e também de desenvolvimento e promoção de processos de integração.

As opções de ser e estar, devem ser valorizadas e reconhecidas numa nova política social, facilitando muito a interacção e inserção de grupos minoritários em sociedades dominantes, diminuindo assim processos de ostracismo, isolamento ou mesmo de exclusão e auto – exclusão, potenciando espaços de desenvolvimento humano. Esses espaços só podem ser implementados por técnicos ligados ao saber matricial da pedagogia social, que actuam em diversos tecidos sociais.

É neste sentido que surge a educação social ligada à inclusão ela é “membro estratégico” de uma sociedade regida pela cooperação e solidariedade, mas também pela desigualdade e marginalização social, onde a educação e a pedagogia social se torna um imperativo inseparável do progresso social e humano.

Apesar da necessidade de se continuar a aprofundar a pertinência da educabilidade como princípio da inclusão e da integração, tenho uma certeza, a exclusão social existe e pode ter várias formas de o ser e de se desenvolver, mas pode também ser uma simples opção do outro que dever ser respeitada. Entendo que mais do que tentar perceber as causas que originam a situação de exclusão ou do percurso muitas das vezes que leva à condição de sem-abrigo, é prioritário apontar soluções e mecanismos que minimizem o problema de quem não quer estar e ser excluído.

«O princípio de igualdade de todos perante a lei é o princípio fundador da democracia, garantida pelo Estado de direito.», Clavel (2004:185).

Esse é o trabalho da Associação Cais, educar para uma vida dialógica, para a autonomia e cidadania, essa é a nossa preocupação de fundo, através da criação de diversas actividades e estratégias de intervenção social, junto da pessoas em desvantagem social, afectados por situações de exclusão social ou outras privações sócio-económicas e culturais. Existem 2 Centros CAIS, o primeiro foi em Lisboa e o segundo Centro CAIS no Porto, em Outubro de 2006. Caracterizam-se ambos por Centros de Dia, comunitários e polivalentes

Nas actividades desenvolvidas pelos Centros, cada participante pode (re)descobrir capacidades; criar relações de amizade e convívio; trabalhar a auto-estima; dar sentido e qualidade ao tempo livre; recuperar autonomia; recriar a formação académica e profissional, adquirindo competências sociais, tendo em vista a concretização de um percurso de vida, que faz uso da criatividade, da participação e da diversidade. No workshop que iremos apresentar em seguida, poderão conhecer melhor o trabalho no prático desenvolvido pela Associação e pelos seus Centros.

Termino com uma frase da Dra. Isabel Baptista que enquadra perfeitamente no fim desta partilha;

“No contexto das sociedades contemporâneas, a indiferença em relação ao destino do outro só pode ser vivida como um egoísmo sem inocência. A exclusão consciente do outro é uma ignorância que sabe o que ignora e, como tal, é inaceitável à luz dos valores de um humanismo universal.”

sexta-feira, maio 18, 2007

Dia de Educação Social 18 de MAIO - 10 anos

Caros colegas,

Hoje comemora-se na Universidade Portucalense o dia da Educação Social.... Como Educadores que somos este dia vale para todos.....

Para os que estão a exercer, um bom dia de trabalho, para os que estão apenas a tirar uma pequena pausa (mas por pouco tempo eu sei, ou seja tenho a certeza) aproveitem este dia para reflectir e tomar as decisões mais acertadas abraços Educativos Sociais.

Tecnica Superior de Educação Social

Eva Lapa

quarta-feira, maio 16, 2007

REUNIÃO DE 10/05/2007 COM A CNIS – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE


Na última reunião com a CNIS realizada no dia 10/05/2007, ficou decidido que em relação a trabalhadores licenciados com a seguinte formação:

- EDUCADORES SOCIAIS
- ASSISTENTES SOCIAIS
- TECNICOS DE TERAPEUTICA E DIAGNÓSTICO
- ENFERMEIROS
- ANIMADORES CULTURAIS

Passarão para Técnicos Superiores inseridos no Escalão A, nos Níveis 1, 2, 3 e 4.




JÁ PENSASTE EM SINDICALIZAR-TE?

AINDA NÃO?!

DE QUE ESTÁS À ESPERA?

QUE OUTROS RESOLVAM OS PROBLEMAS POR TI ?

SEJAM ESSES A GARANTIR A PARTICIPAÇÃO NOS MEIOS NECESSÁRIOS PARA A PROMOÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E ESCLARECIMENTO?

INFORMAÇÃO SOBRE A ENTREVISTA COM O INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL REALIZADA NA PASSADA SEXTA-FEIRA DIA 11 DE MAIO





Vimos por este meio informar os Educadores Sociais que fazem parte de protocolos de RSI sobre a entrevista realizada na passada Sexta-Feira dia 11 de Maio:

Assim, o Grupo de Trabalho que funciona no âmbito do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Solidariedade e Segurança Social, tem a informar que o Instituto da Segurança Social assegurou que não tem qualquer intenção de provocar alterações substanciais nos protocolos actuais, que estão em vias de renovação, à excepção dos que tiverem menos de 100 processos, em que ficam apenas dois técnicos. Em qualquer caso, não há indicações concretas de quais os técnicos que deverão ser substituídos, já que caberá à instituição a responsabilidade dessa escolha.

Assim, é de salientar que os responsáveis do ISSL, garantiram que: não se confirmam as intenções de afastamento dos Educadores Sociais, ao contrário do que tem sido transmitido, nem se prevê a sua substituição por outros profissionais, muito menos, com prejuízo do desempenho do seu papel como técnicos altamente qualificados.

Garantiram que, até ao dia 21, as instituições serão esclarecidas, por cartas, sobre a verdadeira metodologia das novas equipas do RSI, a fim de evitar-se os equívocos ou as atitudes mal intencionadas.

Chamamos a atenção que estas declarações por parte desses elementos, em nome do Instituto da Segurança Social, perante o Sindicato, valem o que valem e só foram possíveis porque a luta está acesa. Solicitaram-nos calma e paragem nas manifestações.

Pela parte do Sindicato cabe-nos dizer, por isso, que devemos estar todos muito atentos aos próximos dias e na certeza, porém de que não hesitaremos em reagir se algum educador social for molestado.

Sem dúvida, na nossa opinião, a publicação do Despacho 451/2007 motivou uma tentativa de exclusão dos educadores sociais nas equipas dos protocolos do RSI e o PowerPoint não deixa margem para dúvidas, pois refere apenas dois técnicos superiores de ciências sociais e 3 ajudantes de acção directa, sendo efectuada expressamente a referência a um Assistente Social e a um Psicólogo. Sabemos também que, na sequência do tal despacho, a Segurança Social do Porto teve uma reunião com as instituições em que apresentou esse PowerPoint. Depois começaram a surgir casos de instituições que pressionaram educadores sociais a aceitarem condições inadmissíveis. Perante isto, o Sindicato tomou a atitude mais justa, desenvolveu a mobilização e os protestos, a que se seguiram o envio de muitas mensagens para o ISS, notícias e, principalmente, a passagem da reportagem na SIC. É, pois, estranho que se diga agora que se tratou de um equívoco, precisamente num momento, também, em que se perfila no horizonte, em 30 de Maio, uma Greve Geral em Portugal.

Não somos ingénuos e temos a certeza de que a expressão “nomeadamente”, no PowerPoint, a ocultação da categoria do Educador Social, ou as funções definidas para o Ajudante de Acção Educativa, tudo isso se prestou a conclusões óbvias. Houve oportunismos, intencionalidades inconfessáveis? O ISSL vem agora dizer que não houve da sua parte qualquer intenção menos clara. Acreditamos! Mas, vamos estar atentos, mobilizados e unidos.

UM POR TODOS, TODOS POR UM!
ACAUTELA O TEU FUTURO, LIGA-TE AO SINDICATO
INSCREVE-TE


15/05/2007


A Direcção

Grupo de Trabalho dos Educadores Sociais Portugueses

segunda-feira, maio 14, 2007

Resultado da ida a Lisboa 11 de Maio de 2007

Caras e caros colegas,

Ás vezes fico perplexa com algumas mensagens que me enviam, pois depois de tanto trabalho ainda dizem que nos esquecemos dos educadores sociais e coisas afins,lembro-vos que a reuniao foi na sexta-feira passada e hoje é segunda-feira, ora se não se tinha publicado nada é porque não me foi possivel, até porque se fui ou melhor fomos a Lisboa foi por causa dos Educadores Sociais e por mais nenhuma razão, mas obrigada pela Força.

Lamento mesmo que os caros colegas só se preocupem em exigir alguma coisa e que pouco contribuam para modificar algo, como se pode apreciar pela presença de Ed. Sociais na manifestação de 1º de Maio, cuja reportagem deu na Sic, assim como o numero de associados ou as pessoas que reclamam "atitude" e defesa das suas questoes laborais mas sindicalizar-se não, ora pois, deve ser nossa obrigação trabalhar gratituitamente e deixar de auferir salario nos locais onde trabalhamos, sim porque os colegas que me acompanharam a Lisboa tal como eu tiveram que marcar ferias ou faltar nesse dia e por isso mas mais uma vez UM OBRIGADA aos colegas que reconhecem todo o trabalho despendido até hoje!


De qualquer modo, a Segurança Social assegurou que não haverá alterações nos protocolos a menos nas equipas com menos de 100 processos, em que ficam dois técnicos apenas, mas cuja instituição será responsável pela escolha. Também nos disseram que ate dia 21 as instituições serão esclarecidas sobre a verdadeira metodologia das novas equipas do RSI. Pode haver despedimentos de equipas colectivas mas só tem validade ate renovação dos protocolos pois a equipa se manterá igual.

Aproveito para vos dar uma boa noticia, finalmente conseguimos negociar com o CNIS e na nova reestruturação das tabelas da CNIS, os Educadores Sociais serão contemplados já como Técnicos Superiores de Educação Social, será esta a nova nomenclatura e auferirão ordenados equivalentes aos restantes técnicos.

Saliento o facto desta batalha estar a ser travada entre nós Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Solidariedade e Segurança Social e a CNIS, desde 2002. Falta ainda a União das Misericórdias, que ainda não estão receptivas às mudanças, ma não desistimos.

Mais uma notícia, foi na passada sexta-feira entregue no Parlamento os Estatutos Profissionais do Técnico Superior de Educação Social para serem aprovados em Assembleia da República.

Perante isto tudo, seria bom um reconhecimento por parte dos colegas que só sabem exigir mas não contribuem...

Um Obrigada aos novos elementos do Grupo de Trabalho dos Educadores Sociais Portugueses, pela sua presença na Sexta-feira: Carla Ferreira, Irina Miranda e Francisco Venâncio.

Espero ter sido bastante clara!

Saudações Educativo Sociais

domingo, maio 06, 2007

SINDICATO COM ENTREVISTA MARCADA COM O INSTITUTO DE SEGURANÇA SOCIAL PARA O DIA 11 DE MAIO

Aos Educadores Sociais integrados em Equipas de RSI

A Todos os Educadores Sociais

Vimos à vossa presença, para informar que foi marcada para a próxima Sexta-Feira, dia 11 de MAIO, pelas 17 horas, uma audiência, em Lisboa, com o Instituto de Segurança Social, para tratar dos problemas dos Educadores Sociais. Em resposta aos pedidos de reunião efectuados, como é do vosso conhecimento, a seguir ao Plenário da U.P., às entidades a partidos com assento na Assembleia da República, o Bloco de Esquerda e o Instituto de Segurança Social já responderam. As conclusões destas reuniões serão imediatamente transmitidas, logo que efectuadas, a todos os trabalhadores.

É necessário salientar que, com base nas conclusões e propostas aprovadas no Plenário de 21/04/2007, realizado na U.P., consideramos que o Movimento dos Educadores Sociais integrados nas Equipas de RSI, inicialmente centrado no protesto contra a sua exclusão das equipas, tal como foi reafirmado na Manifestação do 1º de Maio, – que motivou uma importante reportagem da SIC, deverá evoluir, a partir de agora, após a Entrevista prevista na próxima Sexta-Feira, dia 11, com o Instituto de Segurança Social (Lisboa), no sentido de um movimento social que ponha em evidência a necessidade do reconhecimento em todos os aspectos da importância dos Educadores Sociais (Contratação Colectiva, Livro Nacional de Profissões, Estatuto Profissional como Técnicos Superiores de EDUCAÇÃO SOCIAL). Assim, TODOS OS EDUCADORES SOCIAIS, independentemente de estarem ou não inseridos nas Equipas de RSI, devem, a partir de agora, redobrar os seus esforços para que seja possível organizarem-se melhor levantado com maior vigor a luta em defesa da Profissão.

Estas tentativas de desvalorização comprovam a necessidade de nos mantermos Organizados e Unidos.

Sem o Sindicato, nada feito, Por isso… sindicaliza… quem não está sindicalizado!

Se os Educadores Sociais, inseridos nas equipas de RSI, forem despedidos, a sua derrota será a derrota de todos o Educadores Sociais. Derrota essa que será um golpe na nossa profissão, pois esta tentativa de exclusão tem por base não só uma política economicista do Governo, mas também significa uma tentativa de desvalorização da importância do Educador Social em Portugal.

Pedimos a todos os educadores sociais inseridos em equipas de RSI que têm já em sua posse o documento “Procuração” o preencham e o remetam, urgentemente, para o Sindicato.

Não podemos permitir discriminações e desigualdades relativamente às outras profissões.

A luta é de todos os Educadores Sociais

A Direcção do S.T.S.S.S.S.

terça-feira, abril 24, 2007

NÃO À EXCLUSÃO DOS TRABALHADORES INSERIDOS NAS EQUIPAS DE RSI
PELA VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL DOS
EDUCADORES SOCIAIS E ADMINISTRATIVOSACÇÃO DE PROTESTO
1 de MAIO
Pré-Concentração, no jardim junto à Sede do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social
(Praça da República, n.º 56 – 4º - Porto)
14:00 horas
Contamos contigo!

Resultado das Proposta do Plenário para medidas de intervenção no processo RSI

21 de Abril de 2007


- As equipas continuarem constituídas do mesmo modo e como de acordo à primeira circular interna apresentada pela segurança social, mas a com a possibilidade de inserção na equipa de 1 auxiliar de acção directa com formação especifica para prestar ajuda técnica;

- Enviar 1 documento/ Petição com assinaturas

- Enviar uma carta do nosso advogado a contestar o decreto publicado

- Cada educador social, pessoal administrativo, uma vez por semana deve enviar durante o próximo mês uma carta, com a exposição do que se passa (podemos pensar num texto modelo) para provocar apenas incomodo de modo a suscitar um certo desconforto

- Organizar uma manifestação em Lisboa com todos os educadores e trabalhadores que estão actualmente nesta situação, onde será entregue uma monção que está a ser assinada agora, tal como fizemos em 2002 quando entregamos a proposta dos ed sociais em equipas da seg social, como é o caso dos actuais protocolos em questão.

- No caso de nada resultar, podemos pensar num processo colectivo e até mesmo
individual dos nossos sócios para iniciar processos jurídicos ao Governo.

NÃO À EXCLUSÃO DOS TRABALHADORES INSERIDOS NAS EQUIPAS DE RSI


Comunicado
23/04/07


NÃO À EXCLUSÃO DOS TRABALHADORES INSERIDOS NAS EQUIPAS DE RSI

PELA VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL DOS
EDUCADORES SOCIAIS E ADMINISTRATIVOS

ACÇÃO DE PROTESTO

Vimos por este meio, na sequência do Plenário realizado em 21/04/07, na Universidade Portucalense, - e uma vez que haverá no dia 1 de Maio um desfile de milhares de pessoas, na Praça General Humberto Delgado – Porto, comunicar que vamos fazer neste dia uma grande Concentração de Educadores Sociais e demais trabalhadores inseridos em equipas de RSI, afim de denunciar a grave situação que lhes querem impor, participando de uma forma autónoma, no referido Desfile, que como se sabe terá uma forte cobertura da Comunicação Social.

Apelamos à participação de todas e todos que estiveram presentes na reunião no dia 21/04/07 e à mobilização de demais colegas que se encontram em risco de desemprego.

Haverá uma Pré-Concentração, no jardim junto à Sede do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social, (Praça da República, n.º 56 – 4º - Porto), pelas 14,00 horas, a que se seguirá a deslocação sob um painel alusivo aos problemas e objectivos da nossa Luta, até à Praça General Humberto Delgado, prevendo-se durante o desfile a distribuição de comunicados à População.

Aproveitamos a oportunidade para informar que seguiram, nesta data, cartas ao Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, ao Instituto de Segurança Social (Lisboa) e aos Grupos Parlamentares da Assembleia da República para pedido de entrevistas urgentes.

A Luta é de emergência.

Todos na Concentração dos Educadores Sociais na Praça da República, no Porto.


O Grupo de Trabalho dos
Educadores Sociais Portugueses

Abaixo assinado

Caros colegas,

Não é possivel colocar aqui uma tabela o formato nao permite no entanto deixo-vos ficar os elementos para o baixo assinado e voces proprios podem fazer a tabela.



Nome
Bilhete de Identidade
Profissão
Protocolo


obrigada

Saudações educativo sociais

Ao Instituto da Segurança Social, I.P.




Assunto: Exclusão de Educadores Sociais nos protocolos do RSI


Exmos. Sr(s).:

Os protocolos foram celebrados em 2005, pelo período de dois anos; encontrando-se por isso, a ser renovados no corrente ano. Cada Protocolo é constituído por uma equipa multidisciplinar com: 1 Educador Social (a 100%), 1 Assistente Social (a 100%), 1 Psicólogo (a 50%) e um Administrativo (a 50%). De acordo com a comunicação interna da Segurança Social de 2005, o Técnico Superior de Educação Social era considerado um técnico de grande destaque, cujo cargo deveria ser valorizado e impreterivelmente considerado, junto enviamos cópia da comunicação.

O Instituto de Segurança Social (Lisboa) decretou a renovação desses mesmos protocolos, contudo com alterações significativas. Estas alterações passam essencialmente, por dispensar os Educadores Sociais, sendo estes substituídos por 3 ajudantes da acção directa.

Estas alterações foram regulamentadas pelo despacho n.º 451/2007 de 10 de Janeiro (anexo 1).
É ainda de referir que as ajudantes da acção directa que pretendem contratar, basta possuírem o 9.º ano de escolaridade e as tarefas que lhe são impostas passam por:

· Estabelecer uma relação de proximidade e de confiança com a família e um conhecimento adequado das dinâmicas familiares …
· Estabelecer prioridades e criar condições para o envolvimento activo da família nas das acções que integram o programa de inserção
· Apoiar as famílias, no processo de intervenção estimulando a participação de toda a família
· Desempenhar / participar nas tarefas do quotidiano familiar, numa perspectiva pedagógica e de suporte à sua realização, incorporando novas aprendizagens, com vista a uma melhor organização familiar e economia doméstica
· Contribuir para a educação para a saúde e para os cuidados pessoais
· Estimular e desenvolver com a família conhecimentos sobre as diversas áreas das competências familiares e sociais básicas
· Ajudar a planificação em actos essenciais à vista
· Articular com os gestores de caso
· Promover integração grupal e social
· Planear, organizar e desenvolver actividades na comunidade ou no domicílio
· Incentivar os indivíduos a desenvolver a sua criatividade e inovação

Como é de imaginar, todos os Educadores Sociais nesta situação sentem-se injustiçados, pois estão a tentar substitui-los por profissionais que não possuem qualificações para desempenhar as competências acima descritas, que dizem respeito apenas e de acordo com o Perfil Profissional, aos Educadores Sociais. Em algumas situações até existem mesmo protocolos a proporem que os mesmos técnicos continuem a exercer as suas funções normalmente, mas na categoria de auxiliares de acção directa.

Os Centros Distritais da Segurança Social, quando informaram estas alterações às instituições que possuem protocolos, foram confrontados por estes profissionais, sobre o motivo pelo qual estavam a dispensar o serviço dos Técnicos Superiores de Educação Social. Os Centros Distritais justificaram que os educadores sociais não estavam a desempenhar as suas funções correctamente, funções essas que foram orientadas até hoje por coordenadores locais e distritais do próprio Instituto. Contudo e mesmo assim, nunca nos chegou às mãos dos técnicos, um documento escrito com o tipo de trabalho/competências que se esperava de cada um.

Durante estes dois anos, cada equipa realizou avaliações semestrais, que consistiam no preenchimento de uma grelha, que se baseava unicamente na contagem dos processos em acompanhamento, dos processos cessados, do n.º de pessoas que requereram o subsídio, etc.
Estas avaliações eram feitas em equipa, nunca tendo sido discriminado o trabalho realizado pelo Educador Social, Assistente Social, ou pelo Psicólogo. Não conseguimos por isso encontrar justificação para se afirmar que o trabalho do Educador Social, não foi ou está a ser realizado adequadamente. Aliás nas reuniões que tivemos com o coordenador local e com as Coordenadoras distritais, sempre fomos felicitados pelo trabalho realizado até aos dias de hoje.

Nós, Educadores Sociais, nestas equipas de protocolos para além de fazermos acompanhamento/intervenção às famílias beneficiárias, realizamos programas de inserção e planos de intervenção individuais, assim como também acções de formações grupais e algumas ainda a nível concelhio.

O Técnico Superior de Educação Social foi inserido na equipa técnica dos Protocolos estabelecidos entre a Entidade Distrital da Segurança Social e as Instituições Particulares de Solidariedade Social no âmbito do Rendimento Social de Inserção, dada a sua formação particular na identificação de problemáticas sociais, levantamento de necessidades e criação de programas específicos para resolução das mesmas.

Para se poder solucionar problemas, primeiro é essencial conhecer as vivências dos grupos sociais, as suas práticas, os seus défices e todo o meio envolvente, familiar e ambiental, para que os utentes tenham um papel activo no seu processo de mudança, não correndo assim o risco de se promover programas de inserção que não incentivem o envolvimento dos beneficiários. Desta forma, foi inicialmente utilizado o diagnóstico técnico como instrumento de recolha de dados apreendendo-se a partir deste, para além de outras necessidades, a necessidade de um apoio psicossocial continuado, de forma a aumentar nos beneficiários a motivação para a mudança e combater assim a acomodação e o conformismo com a situação actualmente vivida pelos mesmos.

O trabalho do Técnico Superior de Educação Social tem-se focalizado em atendimentos no serviço e no domicílio, procurando através destes conhecer e intervir com todos os elementos das famílias promovendo e estimulando, ao nível educativo, social, profissional e cultural, atitudes de maior participação e de iniciativa quer na família, quer na comunidade onde se encontram inseridos.

Nesta altura do desenrolar do protocolo, através do trabalho em equipa e articulação de saberes, já se atingiu um nível de conhecimento da população necessário para se desenvolver um conjunto de acções de formação em diversas áreas de intervenção, tais como:
Saúde:
Planeamento familiar,
Doenças infecto-contagiosas,
Higiene oral e pessoal,
Nutrição e cuidados de saúde,
Alcoolismo.

Emprego:
Técnicas de procura activa de emprego,
A entrevista,
Elaboração de Curriculum Vitae e cartas de apresentação.

Habitação:
Gestão económica e habitacional.
Educação/Formação:
Sensibilizar os pais para a participação activa no percurso escolar dos filhos,
Informar os beneficiários sobre os cursos de dupla certificação (escolar e profissionalizante);

Ao mesmo tempo, grande parte da população beneficiária já se encontra igualmente motivada para a mudança, beneficiando assim de todas as acções programadas.
Neste momento tão importante da intervenção da equipa técnica do protocolo, não se compreende a mudança, que retira o Técnico Superior de Educação Social da equipa de intervenção. Consideramos, que esta alteração vem prejudicar a relação de confiança e empatia estabelecida entre o técnico (educador social), os beneficiários e a própria equipa interventiva. A passagem dos processos familiares acompanhados pelo educador para um outro técnico vai não só originar um retrocesso de todo o trabalho familiar desenvolvido, mas também adiar a autonomização dos agregados familiares.
Segundo a formação dos Técnicos Superiores de Educação Social, os beneficiários deverão ser sempre os sujeitos centrais de toda a intervenção sócio-educativa, intervindo nas suas necessidades e interesses, algo que vemos neste momento a ser adulterado.
Neste sentido, solicitamos a intervenção de Sua Exa. na solução desta situação, convocando desde a marcação de uma reunião, para discussão destes pontos, de modo harmonioso, acreditando que este equivoco, não passa apenas disso mesmo.
Em nome de todos os Educadores Sociais Portugueses e do Grupo de Trabalho Nacional de Educadores Sociais, conto com a disponibilidade e compreensão de V. Exa.


Com os melhores cumprimentos,


Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social
Grupo de Trabalho dos Técnicos Superiores de Educação Social Portugueses
Técnicos Superiores de Educação Social Portugueses

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Porto, 23 de Abril de 2007


















































































































































































































































































































































quarta-feira, abril 18, 2007

Caros colegas,

Está confirmado, dia 21 de Abril auditório 105 da Universidade Portucalense ás 10 horas da manhã.

Contamos convosco!

esclarecimento

Caros colegas,

Continuo a aguardar confirmação do local do Encontro, amanha mesmo tentarei falar novamente com Universidade Portucalense, senão procurarei outro sitio. O encontro continua a ser sabado às 10 horas.

Tenho recebido algumas mensagens de colegas de Serviço Social que ficaram um pouco magoadas com as guerras de terreno que mencionei aqui no blog (já retirado), quero deixar claro que nao é uma opiniao minha, algumas colegas têm vindo ao longo deste último ano apresentado algumas queixas de alguns coordenadores de equipas, assist sociais. Eu acho que são muito importantes quer os assist sociais quer os educadores e ainda bem que nem todos pensam o mesmo e que temos colegas de serv social que estarão presentes no sabado a mostrar a sua solidariedade, mas a verdade é que nem todos os colegas pensam assim e por isso é preciso sensibilizar trazer o assunto à mesa e discuti-lo para acabar com esta confusão de funçoes e ate problemas entre equipas como tenho tido conhecimento.

Gostava ate de salientar que eu mesma defendo que as equipas devem contemplar obrigatoriamente um assist. social e um ed social pois ambos se complementam, o que é preciso é deixar isso bem claro e nao andarem por ai ed sociais a desempenhar funçoes de assist social e vice versa como tem acontecido. Penso que nao é positivo para ambos.

Obrigada e desculpem se nao fui clara.

quinta-feira, abril 12, 2007

RSI e dispensas de Ed sociais

Olá Colegas,


No âmbito do que se tem vindo a saber sobre a não renovação dos protocolos do RSI com Educadores Sociais, mais que nunca os educadores sociais têm de se unir, por isso, como representante da nossa profissao do Sindicato dos Trabalhadores da Saude Solidariedade e Segurança social, posso vos dizer que já estamos a tomar medidas, mas temos de estar todos unidos, senão nada resulta. Já existe um grupo de ed sociais ligados aos protocolos a fazerem um levantamento do que se passa para nos encontramos dia 21 deste mes para um plenario em local a confirmar brevemente, às 10 horas.

Deixo-vos aqui o correcto enquadramento profissional do Ed. Social e que ja se encontra em negociaçoes para ser aprovado no estatuto o perfil de competências do ed social, já provado em plenario, para usarem sempre que necessitarem:

O educador social é um profissional com formação superior, que actua formativamente perante indivíduos, grupos ou comunidades, crianças, jovens, adultos ou idosos e numa perspectiva de prevenção e reabilitação dos problemas sociais. Actua em tecidos sociais fragilizados.

No exercício das suas funções presta ajuda técnica com carácter educativo, social, formativo e cultural a indivíduos, grupos e comunidades, no sentido do desenvolvimento das competências e da melhoria das condições de vida dos seus destinatários. Promove, dinamiza, apoia e concretiza actividades de acordo com as seguintes competências e tarefas:

a) Trata de forma terapêutica e sócio pedagógica, pessoas frágeis, em desvantagem social e ou excluídas da vida social, tentando criar um bem-estar psicossocial no indivíduo;
b) Acompanha famílias, toxicodependentes, pessoas com deficiência, crianças em risco, idosas e todas as classes sociais desfavorecidas;
c) Fomenta a consciencialização e interiorizarão de competências pessoais e sociais, promove a educação permanente e formação contínua dos diversos indivíduos desajustados socialmente, recorrendo sempre a técnicas e metodologias pedagógicas;
d) Organiza e coordena actividades de animação sócio – cultural, sessões educativas, dinâmicas de grupo e actividades de tempos livres, através de métodos sócio – pedagógicos, junto de diversos grupos sociais, acompanhando e desenvolvendo uma melhor realidade social;
e) Promove e desenvolve competências de integração social do indivíduo valorizando a sua participação no grupo, na família e na comunidade;
f) Efectua investigação, analisa e avalia meios sociais, problemas de foro psicológico, através do levantamento das necessidades e carências sentidas, de forma a criar programas e encaminhamentos no sentido da resolução dessas mesmas problemáticas;
g) Elabora e desenvolve projectos de intervenção, programas educacionais, de cariz social, no que se refere à prevenção primária, secundária e terciária, destinada a população de risco;
h) Proporciona ao grupo alvo a aquisição de conhecimentos multiculturais, desenvolvendo atitudes, competências e valores relativos ao respeito pela diversidade cultural da sociedade;


qualquer coisa entrem em contacto comigo.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Educação social de rua

Oliveira, Walter Ferreira de (2004) Alegre: Artmed.
250 pp.
ISBN 85 363 0326-3
Resenhado por Vanise dos Santos Gomes
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Junho 16, 2006


Escrita reflexiva, convidativa ao questionamento, instigante à
leitura. Poderia assim adjetivar o livro escrito por Walter
Ferreira de Oliveira. Com 223 páginas, o autor utiliza-se de
grande sensibilidade e apurado sentido social crítico na escrita
dos oito capítulos que compõem “Educação social de rua: as bases
políticas e pedagógicas para uma educação social”. Propõe repensares a
respeito de problemáticas sociais em nada recentes como a
pobreza, buscando, na dinâmica de olhares contestadores e
analíticos sobre a sociedade, um entendimento a respeito da
realidade vivenciada por meninos “de rua” de São Paulo e do
trabalho desenvolvido por educadores sociais de rua.
Walter de Oliveira bem expressa, logo na apresentação
de seu trabalho, que, “em meio ao clima de desesperança que
hoje vivemos no país, o objeto deste livro é uma prática plena
de otimismo consciente” (p.18). Pode-se dizer que sua escrita transforma-se em importante
ferramenta nas mãos de educadores, incentivando o conhecimento crítico do trabalho
daqueles envolvidos com a educação social de rua (ESR), bem como a compreensão de tal
trabalho dentro do específico contexto político-econômico em que é gerado.
É um livro de denúncias e de esperanças, de otimismo consciente, como diz o autor.
Consciente, porque suas argumentações não se prendem às tramas da ingenuidade, às
amarras do apenas olhar a realidade produzida em relação à pobreza, por exemplo, sem a
compreensão de seus porquês. É consciente, porque denuncia fatos, analisa-os, busca a
promoção de seu entendimento. É otimista porque faz da denúncia um instrumento de
crítica com vias para repensares e reconstruções.

Tendo, como foco central de análise o trabalho de educadores sociais de rua em São
Paulo, o livro materializa produções construídas a partir do curso de Doutorado realizado na
Universidade de Minnesota, expressando, também, caminhadas profissionais mais antigas da Educação Social de Rua 2 que apontam para os estudos realizados no curso de Mestrado em Saúde Pública, feito na mesma Universidade.

Walter de Oliveira demonstra ser escritor crítico e comprometido com o outro que é
excluído, compromisso este que se foi tecendo nas tramas de sua vida profissional, tendo
como nascente o interesse pelo fenômeno “meninos de rua”, quando trabalhava, enquanto
médico recém-formado, no interior do Estado do Rio de Janeiro.

Um trailer o levava ao interior daquele município por conta de sua participação em
um projeto de saúde pública. Ao seu olhar atento, não escaparam as características da escola
próxima ao local onde prestava seus atendimentos, como, por exemplo, a desvalorização da
cultura local. O que era característico da zona rural, como os frutos obtidos através das
plantações, não se fazia presente na escola. Além disso, a voz alterada das professoras para
com os alunos chegava até seu consultório como uma mensagem de não-comunicação entre
educando e educador.

A tensão entre a percepção das professoras a respeito de seus alunos e a sua própria
a respeito das mesmas crianças despertou a atenção de Walter e revelam, aqui, muitas das
nascentes de seus interesses enquanto pesquisador. Através deste olhar para trás e busca, no
já vivido, de causas de motivações atuais, é possível situar a produção de Walter dentro de
uma perspectiva que abrange seus percursos profissionais. Percursos estes que se vão
fazendo presentes nas palavras que escolhe para escrever seu livro, que se esparramam por
sua produção, significam suas escolhas temáticas, humanizam sua escrita.

Entre as contribuições de seus escritos para a educação brasileira, pode-se afirmar o
fato de seu livro compor um importante instrumento desafiador para analisar as estruturas
sociais atuais de forma historicamente contextualizada. Neste contexto, são levantadas para
análise questões relativas à pobreza, buscando-se compreendê-la a partir de uma séria e
comprometida análise dos fatores geradores de tal situação.

Tendo os holofotes de sua atenção direcionados para o trabalho desenvolvido por
educadores sociais de rua, o autor dá voz a tais educadores que, muitas vezes, percebem seus
trabalhos postos no anonimato. Mostra que eles têm rostos, voz, desejo. Coloca seus
trabalhos em evidência. Convida o leitor, a todo instante, a percorrer os caminhos por onde
esteve por ocasião da produção de seu trabalho de campo. Descreve ambientes, experiências,
pessoas, situações. Escreve sobre a proposta de trabalho dos educadores quando em ação
nas ruas. Empresta-nos seus olhos para que possamos também olhar a experiência destes
educadores de rua. Instiga-nos à leitura através de uma escrita perpassada por uma apurada e
refinada criticidade e sensibilidade.

A temática trabalhada é muito bem contextualizada a partir do exposto no capítulo 1,
“Educação social de rua: o que é e como surgiu”, quando explicita os cenários em que a educação
social de rua primeiramente manifestou-se, apresentando, desta forma, um relatório
histórico. Também neste capítulo, Walter Oliveira contextualiza a nascente de sua paixão
pela ESR, expondo, assim, os trajetos profissionais vivenciados. Não se detém em meras
descrições do vivido, mas avança para o campo da reflexão sobre a ação e, assim, constrói
mapas de caminhos percorridos e de questões problematizadas. Tais questões em muito
contribuem para que o leitor possa melhor compreender a ligação que o autor tem com a
temática que estuda.

No capítulo 2, “O universo dos meninos e das meninas de rua”, a maneira didática com que
as discussões são apresentadas incentiva à leitura. Quem são os meninos e meninas que têm
na rua sua moradia primeira? O que constitui a sub-cultura de rua? De que forma os
moradores da rua se constituem enquanto tal e, assim, constroem para si uma determinada
identidade? Nas tramas de suas relações entre si e com a sociedade, que culturas particulares
emergem, que formas de viver são expressadas? Estas são algumas das questões trabalhadas
neste capítulo, evoluindo de forma a possibilitar ao leitor uma aproximação das experiências
vivenciadas pelo autor.

Walter Oliveira passa a colocar em destaque, a partir do capítulo 2, a voz dos
educadores na materialização das palavras escritas. São citações que trazem ainda mais
dinamismo ao texto. Os depoimentos destes educadores contribuem para legitimar as
discussões emergentes. São palavras de pessoas que vão às ruas carregando a bandeira do
ideal de uma sociedade mais igual, que buscam estratégias de trabalho para que a realidade tal
como existe seja compreendida dentro de uma perspectiva histórica. São educadores que
buscam mediar o construir de uma conscientização por parte dos meninos e meninas de rua.
O contexto histórico, político, social, econômico e cultural do surgimento da
educação de rua no Brasil é trabalhado no capítulo 3, o qual intitulou “A emergência da educação
de rua no Brasil”. Como delimitação temporal, o autor detém-se nos anos entre 1970 e 1993.
Traz ao conhecimento do leitor, então, contextos específicos nos quais a ESR foi
impulsionada, respaldando, neste sentido, a fundamentação para um entendimento factual da
história da ESR no Brasil.

É com o título de “Pedagogia social na rua: a politização da espiritualidade”que Walter
Oliveira inaugura o capítulo quarto de sua obra, promovendo análises a respeito dos modos
como os educadores organizam sua “ação social e os fundamentos teóricos e práticos que
caracterizam esta ação”(p.87). Tais discussões são inauguradas como forma de possibilitar ao
leitor um panorama geral de campos teóricos de referência para a ESR. Centra sua atenção,
principalmente, em Paulo Freire, sobretudo na “Pedagogia do Oprimido”, assim como em
referenciais propostos pela Teologia da Libertação e pela Pedagogia da Presença.

Chama a atenção para as importantes contribuições do educador Paulo Freire para a
ESR. Enfatiza, neste sentido, que as problematizações por ele propiciadas a respeito da
realidade social vigente do oprimido e do opressor fornecem, aos educadores sociais de rua
da Praça da Sé, ferramentas para a compreensão da sociedade por meio de um olhar humano
que, acima de tudo, propõe-se à luta contra a opressão. As palavras de Walter, encontradas
na página 91, explicitam idéias construídas pelos educadores a partir da apropriação do
pressuposto Freireano: “[…] A partir daí, a intenção dos educadores de rua era ajudar as
crianças de rua, mas com respostas que transcendessem a assistência social. A expectativa do
educador era oferecer, além de seus serviços profissionais de pedagogo, compromisso
pessoal, envolvimento político e investimento emocional”.

No capítulo 5, sob o título de “Dos educadores românticos aos paladinos da lei”, o autor
fornece informações e análises a respeito do processo de constituição da ESR, abordando
seu surgimento, expansão e desenvolvimento. Escreve o texto de forma clara e pontual,
situando o leitor nas principais fases da ESR: romântica, política, profissional e legal. Ainda
traça esclarecimentos sobre a Pedagogia da Presença, a Pedagogia Política, a Pedagogia em
Meio Aberto e a Pedagogia de Direitos, pedagogias estas consideradas referências para os
educadores.

“A História Vivida nas Ruas: a prática cotidiana dos educadores sociais”, título dado ao sexto
capítulo de seu livro, representa a sistematização de achados elaborados a partir da
observação participante do trabalho de cinco professores (dos cinqüenta entrevistados e
acompanhados durantes os anos de 1992 e 1993) pertencentes a várias orientações filosóficas
e gerações de educação social, realizadas no percurso das saídas a campo. Mais do que
nunca, são múltiplas as vozes que se manifestam e que, juntamente com o autor, contam
vivências e experiências.

Educação Social de Rua 4

As descrições competentes feitas por Walter de Oliveira situam o leitor nos cenários
das experiências contadas, instigam-no a “caminhar” com ele e com os educadores por entre
ruas de São Paulo, a escutar estes profissionais, a compartilhar sentimentos de alegria e de
dor, ambos descritos como presentes em seus trabalhos. Neste capítulo, a atuação dos
educadores é observada de perto, sendo, para o leitor, quase que como uma real experiência
de participação, tão intensos são os diálogos, descrições e análises feitas por Walter.

Os Educadores Sociais continuam a ter voz ativa no capítulo que se segue, onde o
autor aborda temas emergentes anunciados pelos educadores. Suas vozes, assim, são o ponto
central do capítulo 7, denominado “O processo pedagógico social: fazendo, sendo e vindo a ser”. São as falas de 48 educadores entrevistados durante o ano de 1992 que ali se fazem presentes.
Educadores estes, conforme expressa o autor, que representam “diferentes gerações
profissionais, filosóficas, orientações ocupacionais e origem sócio-cultural” (p.172).
É interessante salientar que a ampla e diversificada amostra trabalhada pelo autor possibilita
riqueza na análise, promovendo uma compreensão mais abrangente da realidade estudada.
Já no título desta parte de seu trabalho, o autor anuncia o entendimento do processo
pedagógico como um curso contínuo e dinâmico. Nas formas verbais “fazendo”, “sendo”, e
“vindo a ser”, expressa dinamismo e uma visão que não se aprisiona em compreensões
limitadas sobre o fazer pedagógico nem, sobretudo, sobre os profissionais tecedores de tal
fazer.

Neste capítulo, é possível não somente “visualizar” os rostos particulares dos
educadores sociais participantes da pesquisa, mas também perceber suas feições próprias
construídas através de histórias pessoais e profissionais singulares. Motivos, desejos,
temores, propostas, alegrias, tristezas, esperanças. Todos, sentimentos que vão sendo
enunciados por diferentes vozes, com diferentes tons muito bem percebidos e escritos pelo
autor. Dilemas vivenciados pelos educadores são postos em evidência. No fluir de suas falas,
capturadas pela escrita de Walter, sentimentos ganham palavras. E palavras são pronunciadas
para contar ao outro significados do trabalho com a educação social de rua.

Na página 172, o autor expressa que “entender o trabalho dos Educadores Sociais
significa explorar, portanto, não só as suas práticas pedagógicas e comportamentais, mas
também o todo de suas realidades existenciais, sociais e políticas”. Para além do olhar técnico
sobre o educador, o autor olha-o com humanidade e respeito, respeito este que se manifesta
por meio da compreensão de que práticas pedagógicas específicas são produções de também
específicas formas de viver as relações no mundo e de lidar com as teorias disponíveis.
Walter continua, na mesma página, dizendo que “ […] adquirir um senso de quem são estes
educadores, o que fazem e porque é entendê-los como profissionais e como seres humanos,
com contradições, verdades e incertezas que se exteriorizam em suas atividades e crenças”.
O autor dedica o último capítulo de seu livro, “O novo contexto sóciopolítico e a nova
pedagogia social-popular”, a uma discussão crítica a respeito da realidade brasileira em relação à temática a que propõe estudo. Desta forma, traz à lembrança discursos de políticos a
respeito dos “meninos de rua”, assim como reportagens divulgadas na imprensa escrita que
enfocam esta mesma temática.

Denuncia políticas sociais para a infância e a adolescência como incapazes de desatar
“um nó crítico, que é o que fazer com/para os filhos da pobreza” (p.197). Afirma a
importância dos Conselhos Municipais de Direito e dos Conselhos Tutelares (Cts), denuncia
negligências e incompetências políticas, analisa o fenômeno da violência sob perspectivas
que possibilitam pensar o cenário político e social em que é gerado, desconectando-o, assim,
de uma vinculação exclusiva entre pobreza e violência. Chama a atenção para o fenômeno da
globalização, para a ideologia neoliberal dentro do contexto atual.
Refere-se ao controle da linguagem sob a ótica da subjetividade, ao interesse na formação de “coletivos consumidores” em detrimento da valorização de “pessoas e cidadãos”. Fala de “pobreza ética, cultural e social”, em crimes de violência cometidos não por meninos de rua cuja
situação de pobreza manifesta-se nas ausências, mas por jovens de classes privilegiadas
economicamente.

O livro de Walter é um desafio a pensar a educaçãosde rua. É um convite a refletir
sobre as estruturas econômicas, sociais e políticas que produzem as desigualdades sociais e,
neste sentido, constroem realidades como o crime e a impunidade. De forma crítica, analisa a
temática proposta, denunciando estruturações sociais geradoras de exclusão.
Indo além da simples visualização dos meninos e meninas de rua como sujeitos com
características de demérito, Walter busca possibilitar uma compreensão mais ampla e crítica
do assunto. Não deixa de abordar questões como o roubo cometido por crianças moradoras
de rua nem trata o assunto de forma a romantizar a questão. Ao invés disso, propõe
criticidade e lembra que meninos e meninas de rua vivenciam uma realidade que é
conseqüência de uma determinada estrutura social. Superando a condenação, então, Walter
propõe o lançamento de um olhar humano e exigente de uma compreensão não ingênua
sobre estruturas sociais e suas políticas de manutenção.
Dar conta, em apenas algumas páginas, de importantes questões trazidas pelo autor
seria uma meta não alcançável. Porém, é possível, sim, trazer à evidência impregnações
presentes no texto do autor que, ainda que produzidas aqui de forma sintetizada, dão-nos
noção das “paisagens” traçadas por Walter. Desenvolvendo suas idéias de modo claro e
sempre convidativo à leitura, o texto evolui com fluidez. Com discussões conectadas entre si
e bem elaboradas, o autor tece teias argumentativas sobre a temática a que se propõe o
estudo. E não fala sozinho. Ecoa, com a sua palavra, a voz de Educadores Sociais de Rua.
Expressa Walter, na página 217, que “um paradoxo do sofrimento é que ele pode
estimular a criatividade na tentativa da superação. Há muito sofrimento e, portanto, um
potencial de muita criatividade em todos os países”. São estas palavras que bem expressam
as características deste profissional. Representam denúncia e também esperança. Walter
Oliveira é um “otimista consciente”.

Acerca do autor do livro: Walter Ferreira de Oliveira Professor no Departamento de
Saúde Pública e chefe do Serviço de Saúde Pública do Hospital Universitário da
Universidade Federal de Santa Catarina. Doutorado e mestrado pela Universidade de
Minnesota, nos Estados Unidos.

Acerca da autora da resenha: Vanise dos Santos Gomes Doutoranda em Educação pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), participante do
programada de Estágio de Doutorado/CAPES na Universidade da Califórnia, Los Angeles
(UCLA), pesquisadora da CAPES, Mestre em Educação pela PUCRS.
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Resenhas Educativas/ Education Review publica resenhas de livros recém-lançados na
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Todas as informações são avaliadas pelos editores:

Educação Social de Rua 6
Editor para Espanhol e Português
Gustavo E. Fischman
Arizona State University
e
Laboratório de Políticas Públicas (UERJ)

Editor Geral (inglês)
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Arizona State University

Editora de Resenhas Breves (inglês)
Kate Corby
Michigan State University
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